quarta-feira, 31 de agosto de 2011

In Libris



Seis da tarde. Sol envergonhado. Esplanada com cheirinho a férias. Nostalgia? Muita. Minutos que teimam em parecer horas? Sim. Letras de músicas na cabeça? Desejo de querer comprar sapatos? Tentações com doces? Nada.
Há circunstâncias na vida que nos fazem tropeçar nas palavras, cair nas frases mais longas e corar com o que não conseguimos dizer. Palavras traiçoeiras. Não importa. Vislumbra-se um sorriso tímido. E é tudo para perceber o que vai naquela cabeça onde as letras andam à guerra para formar palavras que custam a dizer.
Problemas com a transmissão de pensamentos? Nada que aqueles olhos imbuídos de cumplicidade e aquelas mãos ansiosas para tocar o que há muito ambiciona, não resolvam. Aliar a intensidade do momento à vontade de voltar a sentir o inevitável? Sim.
O tempo agora passa à velocidade da luz; o sol brilha dentro de nós; e a esplanada deixou de ser esplanada, agora é o palco onde actuam e desfilam sentimentos que nos possuem e apoderam-se de nós sem pedir autorização. Saudade, saudade, saudade…
E o vestido vermelho desapareceu na multidão. O corpo que nele habita quer regressar ao palco para ser protagonista da sua própria história. História onde as palavras reinam sem tropeções e as frases não custam a sair. História onde dois corpos despidos de nada se encontram e entusiasmam. 
Perguntas a mais? Só uma resposta possível:
Saudade… Saudade… Saudade… Saudade…

(Cati)

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