quarta-feira, 15 de junho de 2011

In Libris


Rasga esses versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento,
Que a cinza os cubra, que os arraste o vento,
Que a tempestade os leve aonde for!

Rasga-os na mente, se os souberes de cor,
Que volte ao nada o nada de um momento!
Julguei-me grande pelo sentimento,
E pelo orgulho ainda sou maior!...

Tanto verso já disse o que eu sonhei!
Tantos penaram já o que eu penei!
Asas que passam, todo o mundo as sente...

Rasgas os meus versos... Pobre endoidecida!
Como se um grande amor cá nesta vida
Não fosse o mesmo amor de toda a gente!...
(Florbela Espanca)

1 comentário:

  1. Adoro. O poema, a Florbela e o blog. :)*

    (estou com dificuldades em comentar, por isso, caso não apareça qualquer identificação, sou a Menina Lamparina!)

    ameninalamparina.blogspot.com

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